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Dê Amor. Dê Sangue

Todos os dias são necessárias entre 900 e mil unidades de sangue para os serviços hospitalares portugueses gerirem a sua utilização em cirurgias ou em situações de emergência. Transformando as unidades em litros – e uma unidade de sangue corresponde a cerca de 450 mililitros (ml) – são precisos entre 405 a 450 litros, diariamente, para manter a reserva num nível satisfatório.


“Em 2020, houve 250 mil pessoas a darem sangue e 2021 deve ter andado pelos mesmos valores. Mas, o ideal seria chegar às 300 mil para conseguir manter a autossuficiência”, explica Alberto Mota, presidente da FEPODABES – Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue.


São os tipos de sangue O Positivo, O Negativo, A Positivo e A Negativo que neste momento estão em maior défice. “Só há uma forma de aumentar a reserva e é apenas através de doações. Há muitos anos que o nosso País não compra nem vende sangue – é proibido pela atual legislação, e muito bem. A dádiva em Portugal é benévola e gratuita e apenas dos residentes em Portugal. Para conseguir as tais 900 unidades diárias só apelando às pessoas”, esclarece o presidente da federação.


Atualmente, o dador nacional tem, em média, entre 47 e 48 anos, sendo que o número de homens e de mulheres está muito equilibrado, embora haja zonas do País onde são mais as mulheres a darem sangue. A região Norte tem mais dádivas de sangue, ao contrário da região sul e de Lisboa e Vale do Tejo que gasta mais, mas não colhe tanto sangue. O dador de sangue é, tradicionalmente, de classe média baixa.


Mas, afinal porque são necessários mais dadores e também mais jovens? Uma questão em nada relacionada com a qualidade do sangue dos mais novos. “Como temos uma faixa etária mais velha de dadores, os tais de 47 e 48 anos, nos próximos dez a quinze anos vamos ter problemas. Temos de apelar aos dadores jovens de 18 anos para começarem a dar sangue, para garantir o futuro das dádivas e garantir a tranquilidade no futuro, exemplifica Alberto Mota.

Temos de apelar aos dadores jovens de 18 anos para começarem a dar sangue, para garantir o futuro das dádivas e garantir a tranquilidade no futuro.

Alberto Mota, presidente da FEPODABES


Sabendo que os homens pode dar sangue de três em três meses e as mulheres de quatro em quatro meses, todas as pessoas entre os 18 e os 65 anos, sendo que o limite para a primeira dádiva são os 60 anos, com peso igual ou superior a 50 quilos, podem dar sangue. Por cada dádiva é possível salvar a vida (ou ajudar a viver) até três pessoas.


O processo é simples, indolor e sem reações adversas. Quem for dar sangue saiba que antes deve tomar uma refeição ligeira, meia hora antes é aconselhável beber meio litro de água e não deve fumar duas horas antes ou depois da dádiva. A maior parte dos dadores termina a sua dádiva em 15 a 30 minutos, depende da quantidade de dadores e de profissionais presentes no local da colheita. E os 450 ml de sangue colhidos, divididos depois em plasma, glóbulos vermelhos e plaquetas, são o volume que se pode colher sem prejudicar o dador. “Se o dador tiver no mínimo 50 kg de peso e 1,5 m de altura então tem um volume total de sangue superior a cinco litros. Em pouco mais de 10 minutos (tempo que leva uma doação de sangue) podemos perder 9% do volume total de sangue sem que nos sintamos mal”, lê-se na informação ao dador.


Não seja uma eventual nódoa negra (hematoma) no braço, no local de inserção da agulha na veia, ou a diminuição das reservas de ferro (que se repõem facilmente na alimentação, numa dieta mais rica em ferro) que nos impeçam de ir dar sangue. Pela nossa saúde e pela dos outros.


[ADAPTADO, VISÃO, 02.02.2022 às 11h30]

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Dia 22 de abril Dê Sangue no Fórum XXI, em Marco de Canaveses, entre as 14h00 e as 19h00.


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